Vamos reler e comentar um dos contos do livro «TRINTA POR UMA LINHA», de António Torrado.
E que tal recontar esta história na forma de banda-desenhada?
BOLACHA
MARIA
Era uma vez uma bolacha
Maria que disse que Maria, só Maria, não chegava.
Queria ser, ao menos, Maria
Emília. Bolacha Dona Maria Emília, com todo o respeito.
As outras companheiras do
pacote fizeram-lhe a vontade. Mas, quando uma bolacha Maria começa com
exigências, oh! oh! Nunca mais para…
— Pensando melhor, não dispenso
os apelidos. Quero passar a ser tratada por Dona Maria Emília de Melo e Sousa
Trigo de Reboredo Farinha.
Um nome tão comprido e
retorcido não é fácil de decorar. Algumas das simplesmente Maria chamavam-na de
Maria de Trigo Melo e Sousa não sei quê Farinha. Outras, de Maria Reboredo
Farinha de Melo Trigo de Sousa Emília. E as mais esquecidas, apenas de Maria
Farinha de Trigo, o que a punha fula.
— Distingam-me. Separem-me.
Marquem a diferença. Eu sou uma bolacha especial. Uma bolacha Dona Maria Emília
de Melo e Sousa Trigo de Reboredo Farinha.
— Tá bem — diziam as outras,
que não eram de despiques.
Alguém abriu o pacote e começou
a provar daquelas bolachas torradinhas e saborosas. Elas não se importavam.
Sabiam para o que estavam destinadas e davam-se por contentes. Proporcionar um
pouco de prazer ao paladar era a vocação delas.
A Maria que não ia com a
outras, por sinal a última do pacote, não seguiu o caminho das demais. Ficou a
aguardar novo acesso de apetite de quem, daquela vez, já estava de barriga
cheia. Ficou sozinha. Ficou esquecida.
Amoleceu.
Quando, passado dias, deram por
ela, disseram:
— Esta bolacha já está mole.
Não presta.
E chamaram:
— Bobi, anda cá. Toma.
O Bobi, de rabinho a abanar,
muito saracoteante e salivante, veio, tomou, e foi assim que a excelentíssima
bolacha Dona Maria Emília de Melo e Sousa Trigo de Reboredo Farinha acabou na
boca do cão.
Esta história é pequenina e
sabe a pouco? Pois é. O Bobi também achou o mesmo.
Eu acho que a história bolacha Maria faz sentido porque ela achava-se a mais importante e admirada mas depois acabou numa boca de um cão, Eu acho que esta história insina uma lição, quando se acham muito as pessoas,afinal depois são as mais ignoradas e acabam muito mal.
ResponderEliminarROMEU RODRIGUES
Acho justo o que aconteceu à Bolacha Maria Emília nesta história. Ela achava-se a melhor, achava-se especial. Acabou por ficar sozinha, no fundo do pacote e em vez de ter sido comida por pessoas enquanto era saborosa ficou mole e foi para a barriga de um cão.
ResponderEliminarEsta história foi muito engraçada, fala sobre uma bolacha que amoleceu e acabou na boca de um cão. A parte curiosa da história é uma bolacha chamar-se Dona Maria Emília de Melo e Sousa Trigo de Reboredo Farinha. Se fosse um nome de uma pessoa já era grande, então para um nome de uma bolacha é um nome gigante.
ResponderEliminarAgora, sempre que como uma bolacha Maria, lembro-me desta história.
Beijinhos da Sara Palas
Bom dia! Quem quiser ver o meu trabalho pode usar este endereço:
ResponderEliminarhttps://drive.google.com/file/d/185uzZ9wwIx0DkIEDImOTKArn_YeWSTFT/view?usp=sharing
Está excelente.
EliminarSó falta um C na palavra excelentíssima.