O CÃO QUE COMIA A CHUVA - 6.

 

Vamos ler o sexto episódio deste livro de Richard Zimler.

Concluindo, o estranho comportamento dele continuava um mistério. Mas, quando vivemos com seres humanos, acabamos por compreender que a vida com eles está cheia de pequenos mistérios. Ou os tentamos resolver a todos, mesmo os mais pequenos – o que nos deixaria numa pilha de nervos -, ou damos mostras de alguma paciência, na esperança de que venha a surgir uma solução dentro de pouco tempo.

Adormeci no dorso do Adão: adoro sentir-lhe o peito erguendo-se e baixando. É como ser embalado num barquinho a flutuar num mar tranquilo.

O Adão acordou-me ao romper da aurora, batendo com a pata esquerda na janela porque tinha começado a chuviscar e queria ir brincar lá para fora. Quando por fim me levantei, dirigi-me para a cozinha, com o rico cheiro do café a anunciar que a mãe já estava a tomar o pequeno-almoço. Mas o cão recusou-se a ir comigo. Ficou de pé ao cimo das escadas, farejando-as, como se não pudesse confiar na sua solidez. Finalmente, arriscou-se escadas abaixo, devagarinho, muito cauteloso.

Como estava a chover, passámos o dia em casa. Quando nos aborrecíamos, brincávamos um com o outro. A certa altura, enquanto o Adão batia uma soneca, subi até ao topo das estantes e saltei para cima dele. O pateta apanhou um susto de todo o tamanho e não achou graça nenhuma, mas eu diverti-me imenso.

 

DEPOIS DE LER…

1. O que comparou a narradora com um barquinho?

2. Como é que Adão desceu as escadas?

3. Usando o dicionário, explica o significado das palavras:

a) Aurora – 

b) Cauteloso – 

4. No fim de semana, relê os seis episódios de “O cão que comia a chuva”.

 

Às 15h 30m, publicarei as respostas para corrigires.